Confesso que não assisto a Grey’s Anatomy há muitos anos (mas sei do que
acontece por alto). Não tenho paciência para tanto drama: os episódios são muitos
angustiantes, sempre tem alguém à beira da morte ou passando por alguma situação
extremamente trágica, mal dá tempo do telespectador "respirar".........isso nos episódios NORMAIS, em que apenas os pacientes morrem. Já
em alguns episódios mais esporádicos, é a vez dos médicos morrerem também e,
para isso, acontece de tudo: atropelamento por ônibus, um perturbado que entra
no hospital atirando em todo mundo,
avião que cai............enfim, tudo muito “forçando a barra”. Não tenho
paciência para isso. Afinal, é um seriado
sobre o COTIDIANO MÉDICO e o
número de mortes (entre outras tragédias) do elenco principal é maior do que em
muitos seriados de ação que vejo. Deve ser uma competição com Game of Thrones,
só pode..........
(SE VOCÊ NÃO QUER SABER DE SPOILERS, PARE DE LER AQUI! )
Pois é, apesar de não acompanhar mais o seriado Rei do Drama, não pude
deixar de assistir ao episódio que mostrou A MORTE. Quando fiquei sabendo quem
iria morrer, não acreditei. Sabia que a Shonda Rhimes (roteirista de Grey’s Anatomy) era doida, mas não sabia
que era tanto. Entendo que o Patrick
Dempsey (que interpretava o Derek Christopher Shepherd) ia sair do seriado e que
precisavam tirar o personagem de alguma forma, mas PRA QUÊ MATAR? Seria muito mais sensato
deixar o coitado vivo, morando em outra cidade, se dando bem na
profissão.........sei que o problema maior seria decidir como ia ficar o relacionamento
com a Meredith, sua esposa, mas não era muito difícil de resolver: eles podiam
se separar por algum motivo (algo sensato e bem construído e preparando o
leitor aos poucos para enfrentar essa realidade), ou continuavam juntos e ele
ia visitá-la de vez em quando, fazendo uma participação especial em alguns
episódios. Pronto. Não há necessidade de matar um dos personagens mais
marcantes do seriado.........só que as coisas não são bem assim para uma dexteriana
como a Shonda. Ela TINHA que matar. Então, tentando respeitar os desejos psicopatas
da roteirista, vamos, por um instante, nos conformar de que tinha que ter
morte.
Tá, agora que nós “aceitamos” a morte, vamos passar para a próxima fase,
que é a de analisar O JEITO COMO A MORTE ACONTECEU, que foi extrema ridícula,
frustrante, tosca, tudo de ruim que se pode imaginar. Disse que tinha assistido
ao episódio, mas na verdade assisti apenas a partes dele, não aguentei assistir
de maneira contínua, fui “pulando” para diminuir a tortura. Para começar, como
eu já sabia que o Derek ia morrer, foi extremamente frustrante assistir à
primeira parte, em que ele quase sofre um acidente de carro, mas consegue
evitar e dá uma de herói, tentando ajudar as pessoas que se acidentaram. Fiquei
doida nessa hora. Não conseguia entender: como assim? Não era para ELE se
acidentar? Será que algum carro vai atropelá-lo enquanto ele tenta ajudar essas
pessoas? Nossa, foi horrível ficar “na expectativa”. Não aguentei e fui pulando
até a parte em que o Derek resolve tudo, a ambulância chega e leva as vítimas
para o hospital. Aiiiiiiiii deve ser agora!
E foi.
Não podia ter sido mais ridículo: o Derek entra no carro, sai do
acostamento e para no MEIO da rodovia para atender o celular (claro né, super
sensato fazer isso, quem não gosta de viver perigosamente?!) e, como não tinha
nenhum veículo se aproximando, o Shepherd brilhantemente decide atender ali
mesmo, mas, quando ele vira a cara
para a estrada de novo (cerca de uns dois segundos depois), aparece um caminhão, a 1000 por hora, já praticamente encostado
no seu carro (primeiro que a rua deveria estar interditada por causa do
acidente anterior; segundo que não dava para o caminhão ter andado aquele
espaço todo em tão pouco tempo, até porque veículos maiores se locomovem mais
devagar; terceiro que, mesmo se tivesse dado tempo, o caminhoneiro só podia ser
cego para não ter visto um carro parado no meio da estrada e diminuído a velocidade, além de que, o Derek devia ser surdo para não ter ouvido o caminhão chegando antes) e, sem
tempo de tomar qualquer atitude, o protagonista sofre o acidente.
Depois a coisa toda só foi ficando ainda mais ridícula. Shepherd é levado para
o mesmo hospital em que as vítimas do outro acidente tinham sido levadas. Um
hospital com médicos despreparados para lidar com ferimentos na cabeça (assisti
sem legenda e meu inglês está meio enferrujado, então, por favor, não estranhem
o linguajar genérico de quem entendeu mais ou menos o que estava acontecendo
rsrsrs), que era o que o protagonista tinha. E o mais frustrante de tudo é que
nós, telespectadores, podíamos ouvir os pensamentos de Derek. Ele sabia
exatamente qual era o seu problema (isso é que é médico bom hein, tá quase
morrendo e ainda assim consegue dar um diagnóstico bastante preciso), mas não
conseguia falar. Para completar, uma das vítimas do outro acidente (estavam
todos no mesmo hospital, relembrando) viu que o seu herói estava lá, quase
morrendo, e foi lhe falar palavras de incentivo (“você vai conseguir, eu sei
que vai..... e blablablá”). Óbvio que pulei essa parte. Não tinha mais paciência
para aquilo. Quando essa tortura vai acabar????? Socorrooooooooooooooo
Pulei para a parte em que a equipe de médicos incompetentes descobre o
que o Derek tem e manda chamar um médico
especializado no problema, que só poderia chegar ali em vinte minutos, para o
desespero de todos. O próprio Shepherd, ouvindo, pensa: "vai ser tarde demais"
(legal saber que vai morrer desse jeito, de uma maneira honrosa e gratificante..........só
que não hahá). E assim foi. Quando o médico chega, o coitado já estava inconsciente
e não tinha mais jeito de reverter a situação. Ufa, pelo menos a parte mais
agoniante já passou, agora é hora de se emocionar com a despedida.......
Só que nem a despedida foi emocionante como pensei que seria. A Meredith
ficou dando uma de durona o tempo todo, deu uma bronquinha na médica que estava
chorando por não ter conseguido salvar o Derek (bronca do tipo “supera isso,
agora vai lá salvar outros e blablablá”...........afinal, médico eficiente para
a Shonda tem que ser insensível que nem ela) e, quando foi falar com o marido pela
última vez, antes de desligar os aparelhos, não soube demonstrar o quanto o amava. Ao invés de fazer uma declaração linda e emocionante (sei lá, talvez algo como “nunca amei alguém
como te amo, obrigada por ter feito parte da minha vida, jamais vou te
esquecer, não sei o que vai ser de mim agora”), ela simplesmente
ficou chamando-o pelo nome (“Derek? Derek? Derek?”), mesmo sabendo que não
iria obter respostas (tipo “Tá quase morto mesmo ou ainda dá para acordar,
querido? Ishiiiiiiiii acho que não tem jeito mesmo não, fazer o quê né.....”).
Conformada de que o marido não estava brincando de fingir de morto,
Meredith começa a lembrar dos momentos que passaram juntos (foi no estilo do final
de Amanhecer parte II, com a diferença que lá todos iriam viver felizes pela
eternidade) e, terminada a sessão nostalgia, chega A HORA: a enfermeira
pergunta se ela está pronta e obtém como resposta um “Não, mas vai lá” (tipo “termina
logo com isso que eu quero ir embora”). Os aparelhos são desligados, Derek
morre e Meredith fica lá parada encarando-o com uma cara de “por quanto tempo
será que eu ainda tenho que ficar aqui? Já posso ir embora?”. E acaba.
Ouvi dizer que Patrick
Dempsey saiu do seriado
por causa de desentendimentos com a Shonda. Imagino que deva ser isso mesmo.
Para dar um final tosco desses a um dos personagens mais marcantes de Grey’s Anatomy,
só pode ser para se vingar do ator. Não tem outra explicação. Atitude
extremamente egoísta e infantil, sem pensar nos fãs, que ficaram arrasados. Se
até eu (que não acompanho a série) fiquei revoltada com esse episódio, imagina
como foi para quem acompanha a história há anos e ama o Derek? Fiquei sabendo
de gente que jurou nunca mais assistir ao seriado, de gente que quer que a Shonda
caia e quebre o braço e de quem até a ameaçou de morte. Claro, também não é
para tanto, mas convenhamos né, ela estava pedindo (aliás, implorando). De
qualquer maneira, não acharia ruim se a audiência reduzisse drasticamente. Aí
sim passariam a respeitar mais os fãs e entender que, sem eles, não se tem
nada.
Então é isso gente, tentei fazer uma análise divertida desse episódio trágico para descontrair um pouco. Desculpa se aborreci alguém com as minhas ironias, realmente não era essa a minha intenção. Enfim, não deixem de seguir o blog e me acompanhar nas redes sociais para mais posts como esse.
Desejo força a todos os corações arrasados,
Beijinhos shepherianos, Tati.